sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sambas para o Carnaval 2012 - Parte 2











Sambas para o Carnaval 2012

Depois do grande sucesso no Carnaval 2011, o blog "Carnaval Carioca em Debate" volta com tudo, aquecendo os tamborins porque 2012 já está chegando e Fevereiro está logo ali. Faltam menos de dois meses para a maior festa popular do país! Aqui vão alguns sambas para todo mundo já estar afiado quando as escolas entrarem na avenida. Em breve a análise de todos eles.













segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ordem dos desfiles 2012

No meio da última semana, mais precisamente na quarta-feira, foi sorteada a ordem dos desfiles para o Carnaval 2012. Após o sorteio inicial e o troca-troca entre as escolas, ficou definido que 7 escolas desfilarão no Domingo e 6 na Segunda de Carnaval. Algumas mudanças positivas, já que Mangueira e Beija-Flor não terão mais o privilégio de fechar as noites de desfiles e que a escola de Nilópolis não será a última a passar pela avenida, que era uma mesmice deste sorteio nos anos anteriores.

No próximo carnaval, Vila Isabel e Grande Rio terão a honra e a responsabilidade de manter o público na Sapucaí até de manhã. A tarefa é difícil para escolas que não têm uma torcida tão grande quanto as citadas acima, mas que pode tornar-se mais fácil se estas duas agremiações mantiverem o nível das últimas apresentações.

O Salgueiro sai numa posição que satisfaz a escola, no início da noite de segunda-feira. Outras escolas em boas posições são Mangueira e Tijuca, que também desfilarão no segundo dia.

Até dois anos atrás falava-se muito e era sonho de todas as escolas desfilar no último dia de desfiles, pois os jurados seriam menos rigorosos. No entanto, com a vitória da Unidos da Tijuca, em 2010, sendo apenas a terceira a entrar na avenida, esta história foi um pouco esquecida.

Particularmente, acredito que a ordem do desfile teve uma parcela importante na vitória da Beija-Flor de Nilópolis em 2011, pois os jurados atribuíram notas no calor da emoção, imediatamente após a passagem de Roberto Carlos pela avenida. Outro fator que contribui é que as apresentações da escola de Nilópolis são quase sempre luxuosas e impactantes, o que pode fazer com que pequenos erros passem despercebidos.

Abaixo a posição de todas as escolas.

DOMINGO
Renascer
Portela
Imperatriz
Mocidade
Porto da Pedra
Beija-Flor
Vila Isabel

SEGUNDA
São Clemente
União da Ilha
Salgueiro
Mangueira
Unidos da Tijuca
Grande Rio

terça-feira, 12 de abril de 2011

Parabéns, Dona Ivone Lara!

Dona Ivone Lara completa, nesta quarta-feira, 90 anos de vida. Uma mulher que, mesmo se utilizando de todos os predicados e adjetivos, não poderia ser descrita com a perfeição e ternura que merece. Aqui vão as singelas felicitações do blog:

domingo, 3 de abril de 2011

Roberta Sá canta

Uma grande cantora entoando três maravilhosos sambas, que até hoje permanecem no imaginário popular.

sábado, 26 de março de 2011

Entrevista de Paulo Barros ao "Roda Viva", da TV Cultura

Paulo Barros, uma das mentes mais inventivas e instigantes do carnaval, foi o convidado da semana no programa Roda Viva e fala sobre a visita de Michele Obama, o Carnaval 2011, o processo de criação e execução do carnaval e mais.







domingo, 20 de março de 2011

Melhores do Carnaval 2011

Escolhas do blog

Escola: Unidos da Tijuca
Samba-Enredo: Imperatriz
Enredo: Mangueira
Bateria: Imperatriz
Baianas: Salgueiro
Mestre-Sala: Sidclei, do Salgueiro
Porta-Bandeira: Marcela, da Mangueira
Fantasias: Salgueiro
Alegorias: Salgueiro
Comissão de Frente: Unidos da Tijuca
Intérprete: Wantuir, da Grande Rio
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage, do Salgueiro

quarta-feira, 9 de março de 2011

Blog acerta as quatro primeiras com antecipação

Estamos muito felizes porque o blog conseguiu cravar as quatro primeiras do carnaval carioca em 2011 e ainda a sexta colocada.

Na nossa opinião, o desfile da Unidos da Tijuca, como espetáculo cênico e criativo deveria receber o prêmio, mas o corpo de jurados preferiu ser mais técnico.

Um adendo deve ser feito: há algumas coisas estranhas no julgamento das escolas, visto que, quando se tira pontos da Beija-Flor é no máximo um décimo; a mesma medida não vale para as outras escolas. Existe também uma profusão de notas dez muito esquisitas. O título vai, justamente, para Nilópolis, mas a diferença não condiz com o que passou na avenida; isso ajuda a desgastar a credibilidade do carnaval do Rio.

1- Beija-Flor 99,4
2- Tijuca 99,3
3- Mangueira 98,5
4- Vila Isabel 98,4
Mocidade 98,4
6- Imperatriz 98,3
Porto da Pedra 98,3
8- Salgueiro 98
9- São Clemente 96,3

terça-feira, 8 de março de 2011

Beija-Flor e Tijuca disputam o título

A segunda noite de desfiles das escolas de samba cariocas foi de fortes emoções. Passando por grandes exemplos de superação e recuperação, desespero com o tempo e a presença de Roberto Carlos na avenida.

A União da Ilha fez um dos melhores desfiles do ano e acabou levando o Estandarte de Ouro. Foi um belo presente de aniversário para a escola e para o carnavalesco Alex de Souza, que deu a volta por cima com alegorias belíssimas e de uma elegância ímpar. Se fosse julgada, a Ilha certamente voltaria no sábado.

Em seguida, a Academia do Samba entrou arrepiando a Sapucaí, com a bateria a mil e o samba empolgando a avenida. As alegorias e fantasias da escola foram disparadas as melhores do carnaval, no entanto os carros gigantescos tiveram dificuldade de entrar na passarela do samba e tiraram um campeonato certo para a vermelho e branco. O Salgueiro veio com um carnaval superior ao "Tambor", que lhe deu o título em 2009, e deixa um gosto amargo para os salgueirenses. Faz-se um apelo para que nos próximos carnavais se melhore a engenharia das alegorias para que tais problemas não voltem a ocorrer.

A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile correto, plasticamente melhor que o de 2010, mas não houve a explosão com o samba diferentemente do ano anterior. Num ano onde houve um grande equilíbrio, com a dificuldade de se apontar escolas claramente superiores, a escola da zona oeste está forte na briga para voltar no sábado das campeãs.

A Grande Rio fez um dos desfiles mais emocionantes de sua história, com uma carga emocional muito forte que renderá bons frutos no futuro próximo. As pessoas que compõem a escola se abraçaram após a tragédia, o que fez com que a agremiação desfilasse com uma garra nunca dantes vista dentro dos padrões Grande Rio. Os desfiles de 2010 e 2011 deram uma nova cara à escola de Caxias.

Porto da Pedra, com três escolas alijadas da disputa e com o Salgueiro praticamente fora do páreo, tem a oportunidade de alcançar um grande resultado. O desfile foi um tanto quanto insosso. Apesar do samba muito bom, os componentes não cantaram, o que deve prejudicar as notas de harmonia. A parte estética foi uma das melhores que a escola já apresentou na Sapucaí.

A Beija-Flor de Nilópolis foi recebida muito bem pela avenida por conta do grande homenageado da noite. O público empurrou, as fantasias estavam luxuosas, a escola veio compacta, mas ocorreram falhas que fazem com que não se possa declarar como certo o título da azul e branco. Destaque negativo para o casal de Mestre-sala e Porta-bandeira e para o desequilíbrio nas alegorias: no início muito caprichadas, mas no final com uma clara falta de esmero.

Enfim, não há uma escola que já ganhou o campeonato como em 2008,2009 e 2010 e tudo pode acontecer na apuração de amanhã.

Para o blog, o título deveria ir para a Unidos da Tijuca que fez um desfile mais equilibrado e mais bonito plasticamente. No quesito "samba no pé", a Mangueira foi imbatível.

Classificação Geral

1- Beija-Flor 99,4
2- Tijuca 99,3
3- Mangueira 98,5
4- Vila Isabel 98,4
Mocidade 98,4
6- Imperatriz 98,3
Porto da Pedra 98,3
8- Salgueiro 98
9- São Clemente 96,3

Resumo: Beija-Flor e Tijuca devem brigar pelo título amanhã e o campeonato não deve fugir dessas duas escolas; Mangueira, Vila e Mocidade devem ter lugar certo entre as campeãs com Porto da Pedra e Imperatriz lutando pela última vaga; a depender dos descontos dos jurados, o Salgueiro ainda tem chance de abocanhar a sexta colocação.

Notas da Beija -Flor

Evolução 10
Samba-enredo 9,9
Harmonia 10
Conjunto 10
MS e PB 9,9
Fantasias 10
Enredo 9,9
Alegorias e Adereços 9,9
Comissão de Frente 9,8
Bateria 10

TOTAL: 99,4

Notas da Porto da Pedra

Evolução 9,8
Samba-enredo 10
Harmonia 9,5
Conjunto 9,7
MS e PB 10
Fantasias 9,6
Enredo 10
Alegorias e Adereços 9,7
Comissão de Frente 10
Bateria 10

TOTAL: 98,3

Notas da Mocidade

Evolução 10
Samba-enredo 9,8
Harmonia 9,8
Conjunto 9,8
MS e PB 10
Fantasias 9,8
Enredo 9,8
Alegorias e Adereços 9,8
Comissão de Frente 9,7
Bateria 9,9

TOTAL: 98,4

Notas do Salgueiro

Evolução 9
Samba-enredo 10
Harmonia 9,6
Conjunto 9,7
MS e PB 10
Fantasias 10
Enredo 10
Alegorias e Adereços 9,8
Comissão de Frente 9,9
Bateria 10

TOTAL: 98

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tijuca rumo ao bi e Mangueira surpreende

A noite na Sapucaí começou em alto astral, com a São Clemente na passarela, embalada por um samba que contagiou e foi o ponto alto do desfile. A escola de Botafogo aproveitou a inexistência de rebaixamento em 2011 para desfilar de forma mais leve, embora, se houvesse, já saberíamos quem seria a agraciada com o descenso. A aurinegra não soube contar de forma clara o seu enredo e pecou na parte estética.

Em seguida, a Imperatriz Leopoldinense fez um desfile além do que se esperava para a escola. O samba tem grandes chances de receber o Estandarte de Ouro, bem como sua bateria, que foram disparados os melhores da noite. Faltou canto na escola e mais capricho nas fantasias e alegorias do carnavalesco Max Lopes. Estas falhas talvez tirem a Imperatriz do desfile das campeãs, o que seria riste, pela recuperação em relação aos últimos dois carnavais.

A Tijuca, mais uma vez, deu show na Sapucaí. No entanto,diferentemente de 2010, o título não está garantido. Ficou uma sensação de frustração. Não que a escola tenha feito um desfile ruim, pelo contrário; mas é que a lembrança de "É Segredo!" ainda perseguirá a escola por muito tempo. O samba-enredo não rendeu muito bem, fugiu-se um pouco do tema e a evolução foi prejudicada após um problema com o abre-alas na dispersão. Apesar disso, foi a melhor da noite e deve brigar pelo bi.

A Vila Isabel saiu da Avenida menor do que a expectativa sobre a sua apresentação no período pré-carnavalesco. A azul e branco passou de forma fria, sem empolgação e sem ousadia. Fez um desfile com pouquíssimas falhas, é verdade, o que ainda lhe dá alguma ponta de esperança de título; porém fica um gosto amargo de que poderia ter feito mais.

A Estação primeira de Mangueira foi a grande surpresa da noite ao fazer um desfile simplesmente emocionante sobre Nelson Cavaquinho, com cara de Mangueira. O samba aconteceu, a escola cantou, a bateria ajudou e a chuva não atrapalhou. Se tivesse um conjunto de fantasias e alegorias digno do grande desfile, a verde e rosa estaria forte na briga pelo campeonato. Mas o quase certo desfile das campeãs fica de bom tamanho e deve ser muito comemorado dadas as condições anteriores ao desfile. A Mangueira passou com muita dignidade.

PS.: A Portela foi muito bem e aparentemente recuperou sua autoestima. Espero que nos próximos anos não tenhamos que assistir escolas desfilarem sem ter o direito de disputar.

Classificação do 1° dia de desfiles do Rio

1- Tijuca 99,3
2- Mangueira 98,5
3- Vila Isabel 98,4
4- Imperatriz 98,3
5- São Clemente 96,3

Mais tarde comentários sobre o desfile de cada escola.

Obs.: Lembrando que esta é uma classificação do blog e não tem relação com o juri da Liesa.

Notas da Mangueira

Evolução 9,8
Samba-enredo 10
Harmonia 10
Conjunto 9,8
MS e PB 10
Fantasias 9,5
Enredo 10
Alegorias e Adereços 9,5
Comissão de Frente 9,9
Bateria 10

TOTAL: 98,5

Notas da Vila Isabel

Evolução 10
Samba-enredo 9,8
Harmonia 9,8
Conjunto 9,8
MS e PB 10
Fantasias 9,8
Enredo 9,8
Alegorias e Adereços 9,8
Comissão de Frente 9,7
Bateria 9,9

TOTAL: 98,4

Notas da Unidos da Tijuca

Evolução 9,8
Samba-enredo 9,8
Harmonia 10
Conjunto 10
MS e PB 10
Fantasias 10
Enredo 9,8
Alegorias e Adereços 10
Comissão de Frente 10
Bateria 9,9

TOTAL: 99,3

domingo, 6 de março de 2011

Notas da Imperatriz

Evolução 9,8
Samba-enredo 10
Harmonia 9,6
Conjunto 9,6
MS e PB 10
Fantasias 9,7
Enredo 10
Alegorias e Adereços 9,7
Comissão de Frente 9,9
Bateria 10

TOTAL: 98,3

Notas da São Clemente

Evolução 9,6
Samba-enredo 9,9
Harmonia 9,3
Conjunto 9,4
MS e PB 9,8
Fantasias 9,5
Enredo 9,7
Alegorias e Adereços 9,5
Comissão de Frente 9,8
Bateria 9,8

TOTAL: 96,3

Vai começar!

Dentro de pouco mais de três horas, a São Clemente dá a largada para a disputa do tão sonhado título de campeã do carnaval carioca.

O blog acompanhará tudo e, ao final de cada escola, atribuirá suas notas nos dez quesitos a serem analisados pelos jurados: Evolução, Samba-enredo, Harmonia, Conjunto, MS e PB, Fantasias, Enredo, Alegorias e Adereços, Comissão de Frente e Bateria.

Quando todas as escolas tiverem passado pela avenida, será dada menção aos principais destaques do carnaval, bem como o resultado que o blog considera "mais justo".

Você também pode atribuir suas notas. No site de O GLOBO há um aplicativo bem interessante que organiza tudo isso:
http://oglobo.globo.com/carnaval2011/eujurado/default.asp
Vamos à festa!

sábado, 5 de março de 2011

Beija-Flor se inspira no rei Roberto Carlos para fazer carnaval com mais "simplicidade"

Cantando o rei Roberto Carlos, um ilustre torcedor e colaborador da escola, vem a Beija-Flor em busca de seu décimo segundo título. Não resta dúvida de que todos os anos a agremiação nilopolitana está sempre entre as mais cotadas para vencer o carnaval devido a seu histórico de desfiles emocionantes, apresentações ricas em todos os sentidos, poder de investimento geralmente maior que o das coirmãs, e uma força política inegável. Só de ver o nome da escola na folha de notas, o jurado se sente tentado a dar 10.

Mas este respeito dedicado à escola de Nilópolis, não é gratuito. Ao longo dos últimos 35 anos, a Beija-Flor construiu um verdadeiro império carnavalesco, uma marca de fazer carnaval com excelência e deu à cultura popular brasileira uma das figuras mais conhecidas: o Neguinho. Por conta de suas contribuições para a mudança estética dos desfiles, bem como de momentos históricos da Sapucaí(Ratos e Urubus é um dos episódios inesquecíveis), passou a ser temida e respeitada pelas adversárias. Coisa digna de princesa ou, como preferir, rainha da passarela.

Desta forma, a azul e branco ajudou a aumentar o nível dos desfiles, ao fazer com que as concorrentes tivessem que se superar para ultrapassá-la na quarta-feira de cinzas. Isso fez com que a Beija-Flor, nos últimos dois anos, na saída dos desfiles, não fosse aclamada como a campeã por crítica e público, deixando o título escorrer de suas mãos e ir parar no bairro da Tijuca, para Salgueiro e Unidos da Tijuca.

Em 2011, a escola não conta com um dos melhores sambas do ano. Tampouco com a já tradicional badalação no período pré-carnaval com intensa aparição na mídia, principalmente na emissora que transmite os desfiles. E, para muitos, não está entre as três mais cotadas, o que não quer dizer nada, pois nenhuma escola pisou na Sapucaí ainda.

Mas o fato é que, para voltar a gritar "É campeã!", a Beija-Flor de Nilópolis terá que fazer mais esforço do que em 2008, por exemplo, ano de seu último campeonato. Também precisará mais do que uma mera repetição de fórmula já desgastada de carnavais bem-sucedidos, e mais do que tentar impressionar jurados apenas pelo luxo.

Vamos ver de que forma a Beija-Flor vai mostrar, na avenida, "A Simplicidade de um Rei".


Porto da Pedra tenta superar o estigma de "patinho feio"

A agremiação de São Gonçalo teve como seus principais momentos na Marquês de Sapucaí os carnavais de 1997 e 2005, sendo o primeiro com um enredo muito criativo("No reino da folia, cada louco com sua mania") e o segundo uma reedição de carnaval da União da Ilha de 1989.

Apesar disso, a Porto da Pedra nunca foi além de um sétimo lugar, alternando momentos de altos e baixos, muitas oscilações ao fazer desfiles interessantes e por muitas vezes outros chatos e maçantes.

Algo dá a impressão de ter mudado em 2011. Tudo começou já no sorteio da ordem dos desfiles, quando a Porto conseguiu a ótima colocação de ser a penúltima a passar pela passarela, sonho de grandes escolas. E, diferentemente de anos anteriores, não aceitou a troca com escolas mais tradicionais ou mais abastadas. Naquele momento, a Porto dava mostras de que ensaiava voos mais altos.

A escolha do enredo sobre Maria Clara Machado, ícone da literatura e dramaturgia infantil, passando pela eleição de um dos melhores sambas do ano, dão esperanças à comunidade de ficar entre as seis mais bem colocadas e voltar no sábado.

Para alcançar este objetivo,o tigre terá que fazer uma apresentação excepcional, já que existem escolas ditas grandes que estão há algum tempo sem desfilar no sábado das campeãs e precisam ser "reabilitadas"...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Grande Rio guerreira

A Grande Rio está enfrentando, neste momento, talvez a maior tribulação em seus pouco mais de 20 anos de existência. E, se superar este obstáculo, provará que entrou de vez para o grupo das grandes escolas do Rio, mesmo sem o tão sonhado título.

A Grande Rio já não é uma escola grande? Depende a partir de qual ângulo analisamos a questão. Se notarmos apenas a exposição na mídia e a presença de artistas nos desfiles, a respota é sim. Mas para muitos que vivem o mundo do samba, estão presentes no cotidiano das coisas do carnaval e valorizam mais as pessoas que constroem o espetáculo do que as que aparecem apenas uma vez por ano, a tricolor é(ou era) vista com certo receio.

O crescimento da agremiação deu-se quando trouxe o famoso Joãosinho Trinta para elaborar seu carnaval. Naquele momento, a Grande Rio atraiu os olhos da imprensa e a cada ano tornou-se mais badalada e desejada pelas celebridades do momento. Porém, não foi o suficiente para fazer da escola campeã do carnaval carioca.

De 2006 a 2010, foram três segundos lugares e um terceiro lugar que, se por um lado frustraram direção e componentes por chegar tão perto do prêmio e não abocanhá-lo, de outro colocou a escola definitivamente entre as permanentes favoritas.

O último destes desfiles, em 2010, mostrou uma outra Grande Rio, desta vez mais simpática, mais preocupada com seu carnaval e menos afeita a arroubos de famosos do que o seu enredo, inicialmente, sugeria. Em suma, foi uma grande apresentação, que teve a má sorte de acontecer no mesmo ano do espetacular desfile da Unidos da Tijuca.

Todos estes fatores mais um grande enredo e um bom samba, fizeram da escola de Caxias a principal favorita ao título até o fatídico incêndio na Cidade do Samba. Parece que os deuses do carnaval resolveram impor mais uma prova à tricolor a fim de saber se ela está preparada para ser a rainha do carnaval.

A Grande Rio deve se reconstruir, atrair a simpatia dos sambistas, fazer uma autocrítica neste difícil período para então, enfim, conquistar corações nas paragens onde Momo reina.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mocidade com taquicardia

"Meu coração vai disparar, sair pela boca..." Esse é um trecho do samba mais cantado na e pela Sapucaí no carnaval de 2010. A Mocidade Independente de Padre Miguel conseguiu a proeza, que tem se tornado cada vez mais difícil, de quebrar o gelo da avenida e fazer com que o público, ano após ano mais frio, acompanhasse seu mote a plenos pulmões.

No entanto, o samba não era, digamos, notabilizado por sua beleza poética. Era, sim, preenchido por expressões e clichês facilmente assimiláveis. Se por um lado, este artifício ganha a arquibancada, por outro, pode provocar a queda do nível do espetáculo.

Eis que para 2011, a escola da zona oeste traz na sua música uma referência clara ao refrão tão recitado. Seria um recurso interessante ou apenas uma tentativa melancólica, e desprovida de criatividade e ousadia, de prolongar, ao máximo, o efeito do samba anterior?

Quanto aos quesitos plásticos, a Mocidade vai muito bem, obrigado. Cid Carvalho, após dirigir os dois melhores carnavais na escola nos últimos oito anos, em 2008 e 2010, continua como carnavalesco e conseguiu emplacar o enredo que queria com um patrocínio polpudo, coisa rara atualmente, quando se opta ou por um ou por outro.

Os desfiles de 2008 e 2010 caracterizam-se por marcarem estilos diferentes: o primeiro é clássico, com um enredo histórico, samba maravilhoso, letra e melodia bem construídas, comissão de frente originalíssima e vencedora de prêmios; o segundo adotou um humor leve, um tanto quanto escrachado, e que ampliou o leque de possibilidades e alternativas para a mente do carnavalesco. Se pudesse escolher apenas um deles, ficaria com o de 2008.

A Mocidade tem, sim, o direito de tentar "popularizar" seu carnaval, mas sempre tendo em vista a manutenção da qualidade, para que não se torne uma "vulgarização". Isso vale para todas as escolas.

No mais, a verde e branco está pronta para lutar com afinco por um lugar entre as seis melhores. Boa Sorte, Padre Miguel!

terça-feira, 1 de março de 2011

E o Oscar vai para... Academia do Samba! Salgueiro!

Ao longo de um ano inteiro de trabalho, diretoria, carnavalesco e comunidade batalharam para deixar o roteiro redigido e lapidado. Só falta executar. Dia e hora já estão marcados: na próxima segunda-feira, por volta das 22:25, logo após o desfile da União da Ilha. Mais ou menos nesta data e horário, a Academia do Samba estará pisando na passarela para tentar conquistar seu décimo título no carnaval carioca.

O Salgueiro vai unir duas maravilhas em único enredo para abocanhar o caneco: Rio de Janeiro e Cinema. Uma junção que, além de ter dado samba, produziu grandes filmes, com histórias fascinantes e importantes para o desenvolvimento da sétima arte no Brasil, bem como imagens de paisagens deslumbrantes.

Num longa metragem de 82 minutos que ainda será exibido oficialmente, a vermelho e branco já ganhou o Oscar como melhor roteiro. Na pré-estréia, o "filme" já foi aclamado e é um dos favoritos a receber o melhor prêmio da noite. Resta saber se levará também a estatueta de melhor figurino e maquiagem. A única glória que o Acadêmicos não quer é o troféu de ator coadjuvante.

Esta é uma grande brincadeira, com a cara do Salgueiro, que credencia a escola a impedir o bicampeonato da Tijuca.

Um bom samba, um profissional inteligente e extremamente criativo na coordenação do carnaval, farto investimento da diretoria e uma comunidade cheia de autoestima após retirar das costas o peso do jejum em 2009, ajudam a compor um "cenário perfeito" para a consagração salgueirense na Avenida.

No duelo cinematográfico, quem levará a melhor: Salgueiro ou Tijuca?


União da Ilha: Alex de Souza busca o renascimento

Uma das três escolas que foram afetadas pelo fatídico incêndio ocorrido na Cidade do Samba, no começo de Fevereiro, a União da Ilha do Governador não deve ter outra pretensão além de animar a Sapucaí com seu samba alegre e a espontaneidade de seus componentes. Triste realidade para quem sonhava alto após o belo e surpreendente desfile quimérico sobre Dom Quixote.

O foco principal e a expectativa ficam na observação do trabalho desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza, que despontou em 2007 com um original desfile sobre artesanato na Mocidade Independente e é considerado um dos melhores da nova geração.

Em 2008, Alex transferiu-se para a Vila, quando produziu talvez o seu melhor trabalho no Grupo Especial, com carros muito bem acabados e fantasias de bom gosto e luxuosas. Um problema em um dos carros da escola, no entanto, acabou ofuscando o desfile. No ano seguinte, uma parceria que, no papel, tinha tudo para levar o título, acabou não acontecendo na Avenida, quando dividiu o carnaval com Paulo Barros falando sobre o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

No período pré-carnaval de 2010, a Vila Isabel era considerada a grande favorita ao falar de Noel Rosa, tanto pelo samba, pelo enredo, como pela quase certeza de alegorias e fantasias de bom gosto, já que o carnavalesco era o promissor Alex. Não foi o que aconteceu. A Vila veio aquém do esperado, amargou o quarto lugar e choveram críticas. Alex foi para a Ilha respirar novos ares.

Veremos se em uma escola com estilo reconhecidamente "mais leve" e sem a pressão por título que havia na Vila, Alex de Souza reencontrará sua melhor forma e, finalmente, desabrochará.

PS.: A Ilha foi a menos atingida pelo fogo, portanto, grande parte do trabalho inicial foi preservada.


A musicalidade da Mangueira

Desde tempos imemoriais há uma relação estreita entre a verde e rosa e a música popular brasileira. A agremiação do morro homônimo cedeu verdadeiras pérolas que participaram ativamente do processo de construção da nossa identidade musical, tais como Cartola e o homenageado do ano: Nelson Cavaquinho.

A apaixonante escola é um foco reminiscente de valorização à língua portuguesa e à sua sonoridade, cantados em tantos carnavais. E foram tantos os títulos... Na Mangueira tudo remonta à musicalidade, à brasilidade.

Para não incorrer no mesmo erro de 2008, quando deixou de homenagear Cartola, seu mais famoso ícone, a Estação Primeira resolveu cantar Nelson Cavaquinho e encantar a avenida novamente, como aconteceu no ano passado com "Mangueira é Música do Brasil". Quando as baianas girarem seus vestidos na Sapucaí, Nelson estará vivo e presente representado nas famosas cores da esperança e do amor, e nas vozes de milhares de súditos que o reverenciam.

Há 9 anos sem conquistar o carnaval, a escola está no caminho certo, mas ainda não parece madura o suficiente para alcançar o primeiro posto. Os problemas na parte estética, que prejudicaram-na em 2010, não devem se repetir, com a elaboração do carnaval tendo ficado a cargo do experiente Mauro Quintaes.

O samba-enredo promete ser um dos mais cantados da avenida e pode levar o estandarte de ouro. Se a bateria repetir a magnífica performance do último carnaval, a verde e rosa será presença certa no sábado das campeãs.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vila Isabel e a profusão de celebridades

Foi-se o tempo em que o mundo do samba era restrito aos moradores das comunidades, aos que vivem o cotidiano das escolas, aos que batalham, diariamente, para a glorificação do ritmo mais caracteristicamente brasileiro. A febre de rostos conhecidos já tinha invadido outros redutos menos tradicionais das escolas de samba, mas a grande surpresa, em 2011, é que ela chegou, com toda a força, à Vila Isabel, que se autointitula(va) celeiro de bambas.

Em Vila Isabel, como já dizia seu mais alto expoente, ninguém vacila ao abraçar o samba. E eu não duvido disso. A azul e branco sempre foi conhecida por fazer desfiles cheios de garra e raça, mas com poucos recursos; produzir verdadeiras odes à cultura negra e à classe trabalhadora.

No entanto, nos preparativos para o carnaval deste ano, a escola deixou de lado as suas tradições e resolveu aderir de vez a um modelo que incomoda muita gente que aprecia a "simplicidade" e respeita os verdadeiros sambistas: encher a quadra de rostos conhecidos. A fauna que a Vila trará para a avenida possui desde modelos de carreira internacional bem-sucedida até pseudocelebridades que tentam se agarrar com afinco aos últimos minutos de fama.

Então, quais seriam as vantagens em se adotar esta estratégia? Ao que parece, muitas. Primeiro de tudo, um patrocínio gordo que possibilita elaborar um carnaval com materiais de melhor qualidade, o que é o sonho de todo carnavalesco. Depois, uma "badalação", com presença certa inclusive em programas de fofoca, que ajuda a criar uma expectativa maior sobre a escola, e, quem sabe, uma pressão maior sobre os jurados para que a escola seja bem avaliada, vide o modelo adotado por outra escola, conhecida por ser "dos artistas".

Mas a Vila "versão 2011" não é só um rostinho bonito. Conta com uma carnavalesca de primeira linha, que sabe desenvolver enredos como ninguém; um samba que promete funcionar e animar a Sapucaí; e o know-how de estar disputando o título nos últimos anos.

Tudo isso ajuda a pôr a escola do bairro de Noel no seleto grupo das favoritas ao título, ao lado de Tijuca e Salgueiro. Vamos ver se o Carnaval das Celebridades sairá vencedor na Passarela dos Bambas.




domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quem tem medo da Tijuca?

Suspense, expectativa, ansiedade, mistério. Medo!? Durante todo o ano, estes sentimentos permearam os corações e os pensamentos de todos os amantes do carnaval carioca. Desde que o segredo da Unidos da Tijuca para uma vitória arrasadora foi revelado, aguardamos para conferir se ela vai ser capaz de se reinventar ou se repetirá a fórmula do sucesso.

Em 2004, uma mente brilhante emergiu para causar reviravolta no carnaval e depertar amor ou ódio nos sambistas, jamais indiferença. Paulo Barros já está entre os maiores nomes no Olimpo da Festa de Momo. Ele revolucionou ao introduzir, maciçamente, alas coreografadas, além de carros intensamente povoados, onde foliões executam performances organizadas, previamente estabelecidas.

Além disso, não se ateve à forma tradicional de fazer enredo: contar uma história ou um fato histórico cronologicamente, ou então a biografia de algum personagem importante. Barros encontrou na Unidos da Tijuca um ambiente propício para o desenvolvimento de enredos-tema, jogando uma ideia principal e, a partir daí, construindo mosaicos com seus vários vieses.

Há quem torça o nariz para tais inovações, alegando que desvirtua o espetáculo, que descaracteriza o desfile ao coibir a liberdade do componente. Há até quem diga que aquilo não é samba! Mas o fato é que a crítica especializada se rendeu a Paulo Barros, entregando-lhe 3 Estandartes de Ouro!

Além do brilhante carnavalesco, a escola do Borel conta com uma direção extremamente competente, que investe nas ideias, para muitos, mirabolantes do mago; e ainda uma das comunidades que mais tem cantado seus sambas quando passa pela Sapucaí.

O que a Tijuca vai aprontar em 2011? Quem tem medo da Tijuca? Aqui vai um conselho: todas as escolas deveriam ter, pois aqui está a grande favorita ao campeonato. As outras que se cuidem!

Portela tenta recuperar a altivez no azul do mar

Lá se vão 27 anos sem título e a maior campeã do carnaval segue seu calvário para somar mais um ano nesta conta. A azul e branco de Madureira não terá a chance de quebrar o jejum devido, para alguns, à vontade dos deuses do carnaval; para mim, à incompetência dos homens. O incêndio ocorrido na Cidade do Samba era perfeitamente evitável.

A Portela conta com um enredo no qual pode usar e abusar dos tons azul e branco, tão caros à escola e à sua gente. Um samba, que se não é uma obra-prima digna dos tempos áureos, é bastante funcional e adequado à proposta de enredo. Um carnavalesco experiente que pode inserir na agremiação um novo estilo, com um carnaval mais grandioso e impactante. Porém, infelizmente, todo este trabalho não será posto à prova.

Em 2008 e 2009, a Portela surpreendeu ao fazer desfiles além do que era esperado e chegou a vislumbrar a possibilidade do campeonato diante de si. Já em 2010, uma sucessão de erros, a começar pela escolha do carnavalesco, ajudou a compor uma desastrosa apresentação que foi poupada pelos jurados, agraciada com um imerecido nono lugar.

A expectativa estava em saber qual Portela viria em 2011: a esplendorosa de 2008 e 2009 ou a "sem noção" de 2010?

Já que disputa de campeonato não há mais, resta aos portelenses, e isto não é pouco, reencontrar o significado do que é representar uma das maiores instituições populares do país e colocar a embarcação na rota adequada para o carnaval 2012.

A Medicina terá o remédio para a Imperatriz?

Um samba-enredo dos melhores do ano e favorito ao estandarte de ouro, como tem sido marca da Imperatriz nos últimos carnavais. Um enredo direto, de fácil assimilação, bem elaborado, seguindo a linha da História cronologicamente, de forma reta, sem regressões ou digressões.

É desta forma que a escola do carnavalesco Max Lopes vem para a avenida com a esperança de que os "males" das últimas apresentações sejam extirpados e ela possa, ao menos, voltar no sábado para prolongar seu carnaval. O problema é o horário do desfile: ser a segunda a desfilar é quase sempre largar atrás. Mas nada que um bom desfile não possa atenuar.

Há 10 anos sem conquistar o título, quando foi tricampeã, a escola de Ramos parece estar longe do primeiro posto novamente. Anteriormente conhecida como "tecnicamente perfeita", a escola foi superada pelas coirmãs, que seguiram seu exemplo e passaram a fazer desfiles mais compactos e organizados(não frios, como alguns costumavam dizer).

Nesta década de seca, contou com a produção de dois carnavalescos do primeiro time, tradicionais, Rosa Magalhães e Max Lopes; apresentou sambas magníficos, mas pecou em evolução e harmonia. A Imperatriz precisa cantar mais! Precisa se sentir grande, já que ela é, ao lado da Beija-Flor, a maior campeã do sambódromo com seis conquistas.

Nos ensaios técnicos, principalmente o último, os componentes deram mostras de que vão pisar forte na avenida; tudo com o auxílio de uma bateria impecável. A Medicina somente não basta para a cura. A adesão dos pacientes(componentes) ao "tratamento" é fundamental.

São Clemente canta o Rio e sua Natureza

Pode-se argumentar: mas de novo o Rio? Estas escolas não têm criatividade? Como são repetitivas!

Mas o fato é que a Cidade Maravilhosa tem milhares de facetas e tem uma história de mais de 400 anos extremamente rica e cheia de profundas mudanças. Inclusive físicas. E são estas transformações que alteraram a imagem do Rio ao longo do tempo que serão cantadas pela São Clemente em 2011.

Para a escola da Zona Sul, o Criador delegou a São Sebastião e a São Clemente a missão de construir algo único, singular e defendê-lo de mentes gananciosas e destruidoras. O enredo passa pelas mudanças provocadas com a finalidade de aclimatar a Corte Portuguesa e aquelas introduzidas mais tarde pelo prefeito Pereira Passos. A agremiação não esquece de mencionar o outro lado da moeda: foi a partir desta política de urbanização que se iniciou o processo de ocupação desordenada dos morros.

O espírito carioca e a jovialidade de seus habitantes não são deixados de lado, ajudando a compor o mosaico em que a escola aposta para esquentar o público, já que será a primeira a desfilar.

A São Clemente foi "beneficiada" com o incêndio ocorrido em barracões de algumas escolas, pois era dado como certo o seu rebaixamento no pré-carnaval. Parece que o Criador incumbiu a São Clemente mais uma missão cinco séculos depois...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Império Serrano deve buscar no passado de glórias o caminho para brilhar no presente

Uma escola de samba que teve nos seus quadros compositores do quilate de Silas de Oliveira e Dona Ivone Lara. Que tem nos seus anais desfiles memoráveis como o de 1982. Uma escola que deu à cultura nacional relíquias como "Aquarela Brasileira" e "Heróis da Liberdade".

Tudo isso é uma parte ínfima da vasta história contida em uma instituição saída da Serrinha, mas que hoje pertence um pouco a cada brasileiro que se sente identificado com os ideais de liberdade e democracia, e mais ainda àqueles que se emocionam ao ver o jongo e ao ouvir os agogôs.

No entanto, o Império Serrano parece não ter ideia ou não se dar conta da sua relevância para o samba, para o carnaval, para o Rio de Janeiro. Nos últimos anos a escola não tem obtido os resultados que toda a sua grandeza, justamente, requer.

Apesar de vir sofrendo uma certa resistência por parte dos jurados - vide o belíssimo desfile de 2009, recontando Lenda das Sereias, que apresentou uma nova linguagem estética, indo de encontro à era do carnaval gigantesco e cinematográfico - há que se fazer uma autocrítica e apontar o que tem atrapalhado.

O Império continua sendo exemplo nos quesitos mais tradicionais do samba, que são a bateria e o samba-enredo, contando com uma ala de compositores que aparenta ser uma fonte inesgotável de melodias e amor à língua portuguesa. Então, onde está o problema? Alegorias e adereços, bem como fantasias, são quesitos que adquiriram novos e altos padrões de exigência, e é onde o Império vem pecando.

Sempre houve um receio da tradicional escola de Madureira, e digo até uma ojeriza, com a palavra modernização. Mas a Serrinha nunca perderá a sua essência, trazida desde o sonho de Molequinho e Dona Eulália e que atravessou 64 anos permanecendo no imaginário popular como sinônimo de bom samba, de tradição, de brasilidade.

Em 2011 os imperianos desfilam novamente no Grupo de Acesso, mas o Grupo Especial se ressente e é menos abrilhantado com a ausência da verde e branco. Espero que o grande samba e a força dos desfilantes despertem a gigante da longa hibernação.

Mais do que títulos, o Império precisa se enxergar no espelho...

A expectativa que antecede o desfile das escolas de samba do Rio: quem será a grande campeã? - O Globo Online

A expectativa que antecede o desfile das escolas de samba do Rio: quem será a grande campeã? - O Globo Online


A educação como processo - O Globo

A educação como processo - O Globo

A expectativa que antecede o desfile das escolas de samba do Rio: quem será a grande campeã?

Mais um (longo) ano se passou e eis que estamos às vésperas da maior alegria do brasileiro e razão de viver para muitos: o carnaval. Vamos de novo sentir a emoção e a batida dos batuques, tamborins, tambores, agogôs e afins. Iremos nos surpreender com as inovações e encher os olhos com o espetáculo de cores e formas apresentado na Sapucaí.

Ao contrário do que dizem as más línguas, na Marquês, tudo se renova e é isso que faz os desfiles das escolas de samba cariocas ser sucesso de público e crítica há mais de 70 anos. Apesar da imensa tristeza que assolou o mundo do samba há pouco tempo, com o incêndio nos barracões de três escolas, a vida segue, e estas, com auxílio e garra de suas respectivas comunidades e as ditas coirmãs, poderão passar pela avenida com dignidade.

A Grande Rio, favorita no período pré-carnavalesco, foi alijada da disputa por forças externas, infelizmente. A tradicionalíssima (e põe -íssima nisso) Portela não vai ter o brilho de desfilar com o gostinho de estar disputando o título. E a sempre cheia de alegria União da Ilha, após a felicidade de continuar no Grupo Especial, foi privada de pisar na passarela "para valer".

Resta a lição - e aqui vai um recado para prefeitura, administradores e técnicos da Cidade do Samba - que deve ser aprendida para o próximo período carnavalesco: vistoria constante e aparato anti-incêndio. Coisa elementar. Do contrário, o episódio pode se repetir, com 25% das escolas sem poder receber notas, sendo uma delas simplesmente a maior campeã do carnaval.

Dentre as que continuam na disputa, três se sobressaem: Unidos da Tijuca (a atual campeã), Vila Isabel e Salgueiro. Sinto que, neste momento, mangueirenses e nilopolitanos torcem o nariz (risos). Explico-me: não por acaso, estas três escolas foram capazes de vencer a campeoníssima Beija-Flor da primeira década do século XXI. Pode parecer clichê, mas estes resultados são fruto da organização, representada pelo investimento nas quadras, para receber mais gente nos ensaios e assim aumentar as receitas, da maior presença da comunidade nos desfiles e, claro, da criatividade do seu staff.

Por que a Tijuca (e agora me refiro ao bairro) está podendo neste carnaval, com as três favoritas saídas de suas ruas? A escola que tem a honra de carregar o seu nome vem com um tipo de enredo que tem se tornado sua marca nos últimos anos, algo entre o estilo hollywoodiano e o circense, que alçou a escola ao panteão das grandes do samba. Todos aguardam quais as novidades estonteantes, paralisantes e inebriantes que Paulo Barros vai tirar da cartola para nos presentear. Teremos de novo um desfile avassalador como o de 2010?

Andando um pouco pelo famoso bairro da Zona Norte, encontramos o Salgueiro do outrora (?) high-tech Renato Lage, que soube se adequar ao estilo mais barroco e afro do Salgueiro para tirar a escola do ostracismo e dar a ela mais um título. No ano passado, a vermelho e branco viveu a ressaca do término do jejum, mas em 2011 vem cantando mais uma vez o Rio de Janeiro, como só ela sabe fazer, mostrando uma outra faceta da Cidade Maravilhosa: sua presença no cinema.

Já a escola do bairro de Noel Rosa conta com abundância de dinheiro, celebridades do mais alto quilate e uma badalação poucas vezes vista no pré-carnaval. Mas só isso não bastaria. A Vila Isabel tem a multicampeã Rosa Magalhães e um bom samba que podem levá-la ao terceiro título.

Já a Mangueira e a Beija-Flor podem, sim, sempre contar com um dia inspirado de suas comunidades para arrancarem o título das mãos das favoritas, porém é pouco provável que isso aconteça em 2011. A verde e rosa ainda está no processo de reconstrução após algumas administrações, no mínimo, desastrosas que levaram ao acúmulo de dívidas e relações suspeitas com traficantes. É louvável a escolha do enredo que homenageará o baluarte Nelson Cavaquinho e mexerá com os corações de todos os mangueirenses. E quando a Mangueira vem falando de personalidades da música...vide 1984, 1986 e 1998, só para ficar na "era sambódromo".

A Beija-Flor parece ter perdido o fôlego nos dois últimos anos e a escolha do samba-enredo para 2011 foi um tanto quanto infeliz; no entanto, o forte apelo popular de seu enredo pode compensar o samba.

Mocidade e Imperatriz precisam se reformular para reviver as inesquecíveis disputas dos anos 90. Por ora, parecem estar fadadas ao papel de coadjuvantes. Já Porto da Pedra e São Clemente, com a ausência do rebaixamento, devem apenas figurar.

Quero opiniões dissonantes... Quem levará o Estandarte de Ouro? Quem encherá nossos olhos e fará nossos corações baterem no ritmo da bateria? Falta pouco...