segunda-feira, 3 de março de 2014

Em primeira noite de desfiles, Salgueiro desponta como favorito ao título; Império da Tijuca surpreende

O primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foi intenso. A noite começou com uma surpreendente e empolgante apresentação da Império da Tijuca, que contou com um ótimo samba, além de alegorias bem trabalhadas (a despeito da dificuldade de ser um escola que acabou de subir à elite do samba), o que deve fazer com que a escola permaneça no Grupo Especial.

A Grande Rio veio em seguida e se tornou de imediato uma grande decepção. Com muito mais recursos que a Império da Tijuca, fez um desfile plasticamente bonito graças ao talento do seu carnavalesco, mas ainda assim sonolento, com destaque negativo para péssimo samba e a fraca harmonia.

A São Clemente, apesar de contar com garra de seus componentes, tem grandes chances de ir para o grupo de acesso no ano que vem; um conjunto pobre de alegorias e fantasias não deve ser perdoado pelos jurados. Além disso, a escola não contou com um importante recurso que ajuda a salvar escolas sem dinheiro: o samba. O enredo, que tinha tudo pra render boas e criativas soluções, foi mal trabalhado. Esta sucessão de erros pode ser fatal para a escola.

A Estação Primeira de Mangueira veio muito melhor do que nos anos anteriores, grande parte devido à fantástica e multicampeã carnavalesca Rosa Magalhães. Confesso que esperava que o samba fosse render mais na avenida, o que não aconteceu não sei se por culpa da escola ou pela recepção da Sapucaí, que a cada ano tem se tornado mais e mais fria. Porém, ficou a sensação de que faltou aquele algo mais para ganhar o carnaval. Ainda assim, a Estação Primeira deve voltar no sábado das campeãs.

Após o desfile da Mangueira, aumentou a responsabilidade para o Salgueiro, que não sentiu o peso e fez uma grande apresentação, com espetacular conjunto de alegorias e fantasias de Renato e Márcia Lage. O samba, que no período pré-carnavalesco era apontado como um dos melhores do ano, se comportou bem na avenida e ajudou a levantar a Sapucaí. A escola sai da primeira noite como a grande favorita ao título.

Por último, a Beija-Flor de Nilópolis fez um desfile confuso e aquém do esperado. Foi perfeita em evolução como sempre, mas pecou muito em enredo e samba-enredo. A azul e branco não foi nem de longe a escola vibrante de outrora.

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