sábado, 26 de fevereiro de 2011

Império Serrano deve buscar no passado de glórias o caminho para brilhar no presente

Uma escola de samba que teve nos seus quadros compositores do quilate de Silas de Oliveira e Dona Ivone Lara. Que tem nos seus anais desfiles memoráveis como o de 1982. Uma escola que deu à cultura nacional relíquias como "Aquarela Brasileira" e "Heróis da Liberdade".

Tudo isso é uma parte ínfima da vasta história contida em uma instituição saída da Serrinha, mas que hoje pertence um pouco a cada brasileiro que se sente identificado com os ideais de liberdade e democracia, e mais ainda àqueles que se emocionam ao ver o jongo e ao ouvir os agogôs.

No entanto, o Império Serrano parece não ter ideia ou não se dar conta da sua relevância para o samba, para o carnaval, para o Rio de Janeiro. Nos últimos anos a escola não tem obtido os resultados que toda a sua grandeza, justamente, requer.

Apesar de vir sofrendo uma certa resistência por parte dos jurados - vide o belíssimo desfile de 2009, recontando Lenda das Sereias, que apresentou uma nova linguagem estética, indo de encontro à era do carnaval gigantesco e cinematográfico - há que se fazer uma autocrítica e apontar o que tem atrapalhado.

O Império continua sendo exemplo nos quesitos mais tradicionais do samba, que são a bateria e o samba-enredo, contando com uma ala de compositores que aparenta ser uma fonte inesgotável de melodias e amor à língua portuguesa. Então, onde está o problema? Alegorias e adereços, bem como fantasias, são quesitos que adquiriram novos e altos padrões de exigência, e é onde o Império vem pecando.

Sempre houve um receio da tradicional escola de Madureira, e digo até uma ojeriza, com a palavra modernização. Mas a Serrinha nunca perderá a sua essência, trazida desde o sonho de Molequinho e Dona Eulália e que atravessou 64 anos permanecendo no imaginário popular como sinônimo de bom samba, de tradição, de brasilidade.

Em 2011 os imperianos desfilam novamente no Grupo de Acesso, mas o Grupo Especial se ressente e é menos abrilhantado com a ausência da verde e branco. Espero que o grande samba e a força dos desfilantes despertem a gigante da longa hibernação.

Mais do que títulos, o Império precisa se enxergar no espelho...

Um comentário:

  1. Danilo Tussini Fernandes27 de fevereiro de 2011 às 09:31

    Estou torcendo para que o Império Serrano faça um ótimo desfile no Acesso em 2011 e que volta para o Grupo Especial com força total.

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